terça-feira, 11 de abril de 2017

" RESSURREIÇÃO"

Ensina-me a ser a seta do arqueiro valente
que busca o alvo depois da débâcle
sem sucumbir frente a um guerreiro sem alma.

Ensina-me a ser o algoz do medo
antes da aurora boreal
na fuga da sombra fugaz da semente estéril.

Ensina-me a ser o grito amordaçado por fuzis
entre a bruma seca das paredes desmoronadas
sem que eu precise jamais abrir meu olhar
com sede de encontrar um espelho.

Ensina-me a morrer
com a mesma dignidade de meus ancestrais sábios e pacientes
depois do por do sol
sob a luz da consciência.

Ensina-me qualquer canção
que não soe como estrondo de infinitas dores
no meu berço esplêndido de paz.
Mesmo que eu deseje um arco-íris
e consiga apenas a tempestade.

Ensina-me toda força oculta e estranha
além dos limites de minhas entranhas
onde eu possa legar todo meu espírito
escrito nos pergaminhos do amanhã
nas rasuras da Musa Poesia!

Ensina-me tudo isso.
Mas nunca espalhe as minhas cinzas!

JOSÉ AGNALDO FOGAÇA

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